quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Trocadilhos, piadas infantis e perguntas estressantes

Taí uma coisa que eu odeio.Ahn?Entendeu?É um trocadilho com aquele refrigerante Taí (seguem risadas descontroladas)!E eu fico com cara daquele vampirinho do crepúsculo (totalmente sem expressão)!Eu consigo rir com alguns trocadilhos, mas sempre por achá-los extremamente ridículos.Na maioria das vezes, são infames e em seguida vem uma explicação; o que acaba me fazendo rir!Quem nunca foi vítima de uma criança que pergunta:
_Você gosta de amora?
_Gosto!
_Vou contar pro seu pai que você namora!
E tem a do Mário, peraí...que Mário?E seguem inúmeras outras que até eu fazia, mas se soubesse que eram tão chatas não as faria novamente.
E mais, tem aquela musiquinha irritante que rima com o seu sobrenome: "Suéllen Pereira subiu na bananeira, comeu banana podre..." e eu prefiro nem terminar!
Na minha opinião a campeã é a célebre frase que ouço ao dizer meu nome:
_Qual o seu nome?
_João Paulo.
_Cadê o Daniel(referindo-se à antiga dupla João Paulo&Daniel)?
Eu sempre dou uma risada amarela, mas por dentro o sangue ferve.Talvez seja esse o motivo de odiar quando me chamam pelo nome completo!Era só isso que eu tinha pra falar...Vou ali cozinhar minhas mágoas na panela depressão (não acredito que escrevi isso!).

Partir

Quando pequeno, sempre perguntava aos meu avós o que aconteceria depois que eles ficassem mais velhos.Meu avô sempre dizia que a gente nasce, cresce, torna-se adulto e envelhece, mas depois: "A gente vira menino de novo, uai!".E eu acreditei...
A idéia de ser uma criança em um corpo mais velho me intrigava desde então.Ao descobrir, depois de muito tempo, que as pessoas morrem, eu continuei não acreditando.A teoria do meu avô é muito mais sólida, além de em muitos casos ser verdadeira.Tem gente que nunca deixa de ser criança ou resolve viver, na velhice, a infância que nunca teve.
Hoje em dia, conhecemos os motivos, as causas da morte, e mesmo assim não nos confortamos.É preciso usar a imaginação e ter fé para acreditar em uma estória fantasiosa; pra não encarar o fato de que essa existência( eu disse: essa!) termina aqui.Seja como for, mas que funcione...
Eu prefiro a teoria cíclica de meu avó, assim, nunca morreríamos.Seríamos crianças de novo e tudo seguiria seu rumo.Partir nunca é fácil, principalmente se for pra nunca mais voltar.E essa criança (ou semente) que aqui fica, carrega todas as promessas da anterior, além das infinitas possibilidades de fazer de novo, fazer melhor!

Coisas estranhas - Parte 4 (Atrasado, de novo!)

Muitas fazendas são atravessadas ou até delimitadas por rodovias.Obrigando, assim, que algumas plantações sejam feitas à beira das mesmas.Como, infelizmente, sempre existiram e existirão calhordas, são várias as queixas de agricultores que foram roubados por quem passa por essas estradas.Algumas espigas de milho realmente não fazem falta diante de uma grande plantação.Mas o problema não é somente o pequeno prejuízo; "pegar" coisas que não te pertencem, sem a permissão do seu dono, caracteriza-se como furto!E isso não é apenas um crime, acima de tudo, é um ato imoral...
Feita a introdução, venho aqui, mais uma vez, relatar minhas esquisitices.Sonhei que estavam roubando uma plantação de milho na fazenda do Seupai.Eu discuti com o cachorro (Sebastião) que não havia sequer latido.E pior...ele me respondeu que estava muito velho e cansado!Seupai disse que era pouca coisa e não precisava se preocupar, mas eu me preocupo...eu ainda acredito que posso mudar o mundo (ou uma parte dele).Sai correndo com uma faca de pão atrás de todo mundo.Isso mesmo, uma faca de serrinha...Eu só me lembro de gritar muito, mas muito mesmo...até acordar com o som do meu próprio grito!Impressionante, mas eu consegui!E sim, eu tenho medo de mim!

Mais um gole de saquê...

...era o que eu precisava pra te dizer algumas verdades.Todos temos nossos momentos de revolta, aqueles em que o mundo se mostra obscuro por demais.Mas mesmo assim, nada justifica esse rancor traduzido em palavras.Não vou especular se esse é o seu jeito, se era inveja ou um grito desesperado de socorro.Eu digo o que sinto: um desapontamento fora do comum; não que houvessem grandes expectativas, mas sempre esperamos algo bom naqueles que nos cercam.E, ainda bem, sempre (ou quase sempre) encontramos...O problema se consolida quando o copo meio cheio torna-se meio vazio.Afinal, se o chocolate pode ser meio doce, porque saboreá-lo como meio amargo?A vida é urgente e os pequenos momentos que podemos compartilhar poderiam ser mais agradáveis.Sem ofensas gratuitas, sem jogos...Esse tempo já se foi.Talvez, nos encontraremos em outro capítulo (ainda em branco) e tudo poderá ser melhor.Porém, esses capítulos desagradáveis não serão reescritos.Estarão sempre ali...disponíveis para qualquer um ler.O que me conforta é perceber que os capítulos bons foram muito maiores e mais bem escritos (serão lidos e relidos com muito prazer!).


"Mas bobagem, quanta amargura,
 eu já sei que a vida é dura,
 agora é pura questão de se acostumar.
 Basta ter coragem e finura
 e o jogo de cintura
 aprendido dia a dia, bar em bar.
 Pra que reclamar se tem conhaque,
 se na tevê tem um craque
 e o meu Timão só entra pra ganhar?
 Pra que imitar Chico Buarque,
 pra que querer ser um mártir
 se faz parte do momento se entregar?"

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sobre os acontecimentos no Egito

Mohammed Abed/25.01.2011/AFP
"Em Guerra e Paz , Tolstói diz que a ciência militar supõe que quanto mais homens tem um exército, maior é sua força.Por outro lado, reconhecem cegamente que durante uma ação militar, a força de um exército também é o produto de sua massa multiplicado por uma incógnita 'x'.Essa incógnita nada mais é do que o espírito dessas tropas.O maior ou o menor desejo que têm de combater e enfrentar o perigo.Homens que desejam combater e sabem o porquê, independentemente de contra quem lutam, se estão sob o comando de gênios ou pessoas normais, se lutam com garrotes ou fuzis de 30 tiros por minuto, esses homens sempre se colocaram em posição mais vantajosas e vencerão."


Este é um diálogo retirado do filme Che que foi perfeitamente encaixado em uma cena de batalha da Revolução Cubana.Quem assistiu à trilogia O poderoso chefão deve-se lembrar que a ideia do texto acima foi uma constatação decisiva feita  por Michael Corleone.
O fato é que todos os noticiários estão abarrotados de notícias sobre as manifestações contra o governo no Egito.E após dezoito dias nesse ato heróico da nação egípcia, o ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no poder, cedeu às pressões e renunciou.
Tudo começou em meados do mês de janeiro deste ano, quando a Revolução do Jasmin levou o ditador da Tunísia, Zine el Abidine Ben Ali a abandonar o país.O movimento se alastrou e levou o mundo árabe a uma série de revoltas.
Um tunisiano chegou a atear fogo em si mesmo para convocar a população para uma luta contra o governo autoritário, corrupto...Vários outros casos de autoimolação foram registrados em outros países.É chocante, mas só assim a população, principalmente os jovens, começaram a agir e lutar por seus direitos, exigindo reformas imediatas.
O que aconteceu no Egito só reforça essa ideia.Quando temos algo pelo que lutar (desde que honroso), mesmo diante das maiores adversidades, venceremos!E sim!Eu me emociono ao ver grandes manifestações em prol da liberdade!Parabéns ao povo egípcio...Parabéns!

Política (foi necessário escrever sobre ela)

Será que eu enlouqueci ou o nosso querido (risos) ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está tentando aumentar a sua Lularidade (popularidade)?Há alguns dias atrás estava vendo TV quando a programação foi interrompida pela propaganda política obrigatória.Estranhei e resolvi assistir...Eis que aparece FHC (escondido há oito anos, principalmente durante as últimas eleições) em um bate papo quase informal com jovens, debatendo vários assuntos e convocando os mesmos e as mulheres de nossa nação para participarem mais da política (preferencialmente em seu partido).Desconfiei muito!
Os debates da última eleição se resumiram à comparação (para desilusão do eleitor) entre a era FHC e os oito anos de Lula à frente do Brasil; e pasmem!O partido tucano não foi astuto o suficiente para prever isto e naufragou diante da opinião pública, principalmente nas classes mais baixas que sofreram muito com a inflação naquele tempo.E mesmo com o fenômeno Marina, o candidato Serra ( mais a Igreja se metendo onde não deve) conseguiu ir para o segundo turno com a candidata de Lula.
Mais uma vez vimos um show de desrespeito ao eleitor que gostaria de ver propostas e foi obrigado a aguentar discussões rasas, ofensas de baixo calão e boatos...Dilma (ou Lula) venceu as eleições, obviamente.E o PSDB resolveu agir...mais rápido que eu esperava.Retiraram FHC do armário e estão tentando de toda forma nos convencer de que ele foi um ótimo presidente (ou retirar a imagem elitista do partido).Talvez tenha sido, mas analisando os oito anos, eu discordo.
No próximo domingo, FHC aparecerá mais uma vez.Agora em um programa popular da rede Globo (sempre ela!).O que me deixa mais irritado é o fato de ser um programa que eu estava começando a gostar, chama-se Esquenta (quem me conhece pode começar a gargalhar); apresentado, competentemente, pela Regina Casé.O programa se resume a mostrar o mundo do samba e outras variedades em um tom bastante descontraído( existe algo mais popular por aqui?) e acreditem: o samba cura (mais risos)!É verdade, o samba cura!Mas será ele capaz de apagar a antipatia que milhares de pessoas têm de FHC?Espero que não...
Eu sei que deveria comentar sobre isso apenas após o programa ser exibido.Porém, mesmo que não se fale em política, fiquem bem atentos!Afinal, alguém se lembra de Collor?A verdade é que Lula foi o primeiro entrevistado do programa (quando a sua audiência ainda não era tão grande) e eu posso estar sendo muito preconceituoso (se Lula foi porque FHC não poderia?).Mas diante dos fatos fica aqui o meu aviso.É preciso estar atento, tudo isso (por mais chato que seja) influencia diretamente a sua vida, acredite!

Fragmentos - Parte 5

No supermercado, Seupai passa por mim como um desconhecido e eu lanço aquele olhar de cima  a baixo com um certo ar de reprovação.De repente, ele exclama em voz alta:
_Eu te dou um tapa, muleque!
Eu quis rir, mas fiz uma cara de assustado.Ele continuou andando como se não me conhecesse mesmo.E tudo seria normal se eu não olhasse pro lado e um senhor estivesse parado com um pacote de macarrão nas mãos, imóvel e com uma cara de espanto.Eu pensei em explicar, mas provavelmente ficaria pior.Afinal, Seupai é doido(hahahahahah)!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Como resolver a sua vida...

...ou complicá-la ainda mais, utilizando Halls de menta, uma garrafa de Sprite ou outro refrigerante de limão e uma garrafa de vodka(prefira Orloff).Você não gastará quase nada e perderá todos os seus sentidos rapidamente.A bala de menta, que pode ser substituída por qualquer outro sabor, deixa a vodka, que além de ter um gosto horrível e ser de péssima qualidade(por isso é barata), praticamente com gosto de menta, eucalipto, cereja ou o sabor de bala que você tenha escolhido.Ah!E a bebida fica coloria dependendo do corante da bala...
Você deve colocar a vodka no congelador(aprendi que ela não congela facilmente) e depois misturar de acordo com seu gosto.Algumas pessoas batem a bala com a vodka no liquidificador, outras as deixam na geladeira até dissolver...Você escolhe!Só tome muito cuidado e não exagere nem dirija...Mais uma dica: jamais beba isso enquanto chove(experiência própria)...

Texto inspirado neste post da Su:

http://migre.me/3QNhi

#ficaADica

Reclame aqui

Imagine a pessoa mais chata do mundo com o pior humor possível.Ontem, eu estava três vezes pior do que ela...Tudo começou no supermercado; fomos comprar algo para beber, mas só havia bebida quente(levamos mesmo assim).Na padaria do mesmo, esperei um bom tempo até uma atendente chegar e me dizer que todos aqueles produtos expostos eram de anteontem.No açougue não havia a carne que queríamos, então escolhemos outra.Depois de enfrentar uma senhora fila, a atendente disse que naquele caixa o cartão que iríamos utilizar não estava "passando"; utilizamos outro cartão.Só para constar esse era o segundo supermercado que fomos, um dos maiores dessa pequena cidade.
Mas não foi tão simples assim.Acrescente generosas doses de ódio mortal e uma discussão baixíssima com a atendente incluindo gerente e tudo mais.
Quantas vezes eu precisarei abdicar daquilo que quero e usar um paleativo?Quantas vezes mais eu terei que fazer o trabalho dos outros e sugerir que um cartaz com a frase: "cartão tal fora do ar" seja colocado na frente do caixa?Desaprendemos a ser proativos, a prever os fatos para evitar aborrecimentos.
Eu sei que não fui justo com a atendente e não me orgulho do barraco(hahahaha), mas eu me cansei e meu mau humor é patológico às vezes.Mas tenha consciência, se você tem que pagar R$8,03 deverá entregar uma moeda de cinco centavos e jamais verá aqueles dois centavos que são seus novamente.Agora, se sua conta fechar em R$8,98 você jamais verá estes dois centavos que são seus do mesmo modo.Eu entendo que troco é algo complicado, porém é assim que começa.Final do ano passado fui ao guichê da Gontijo, empresa que eu poderia ficar horas tecendo minhas reclamações, e comprei uma passagem para casa.O valor da passagem era de trinta e oito reais e setenta e três centavos(absurdamente caro);paguei com duas notas de vinte reais e meu troco foi de um real.Quando percebi que fui mal atendido e surrupiado, fiquei fora de mim, fui ao balcão, reclamei, peguei meu troco e dei aquela olhada vingativa para o crachá daquela senhora.E ainda liguei para a central de reclamações na frente dela...
Sim, meu mau humor é preocupante, porém se não exigirmos nossos direitos, acabaremos massacrados e eu não aguento mais cantar esses versos:

"O que eu consigo ver é só um terço do problema
É o Sistema que tem que mudar
Não se pode parar de lutar
Senão não muda
A Juventude tem que estar a fim
Tem que se unir(...)"

Foi preciso fazer alguma coisa, e eu fiz!

Fragmentos - Parte 4

Pela milésima vez, eu insisto...com aquela entonação arrastada:
_Mamããããe, você me aaaaaaama?
Ela sorri gentilmente, olha no fundo dos meus olhos e respondeu:
_Cala a boca!Senão eu vou perder minha novela!

Sem título

Entre um gole e outro, eu esqueço, celebro
e me perco em devaneios insanos.
Entre um gole e outro, eu te vejo, me mostro...
Entre um gole e outro, tudo acontece,
tão rápido quanto um piscar, tão intenso quanto você.
Entre um gole e outro, ela escreve em linhas do tempo,
seus amores e dissabores, receios e receitas, suas alegrias alegóricas.
E eu fico aqui esperando, porque nunca haverá uma saideira;
no máximo um tempo entre um gole e outro!

http://pereirasuellen.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Coisas estranhas - Parte 3 (Atrasado)

O que você faria se em um momento de total descrença e negação do divino, uma mulher, aparentemente perturbada, o abordasse no meio de uma rua escura de um bairro longínquo e enviasse um recado de Jesus?Lembro-me bem...Jesus havera dito a ela que alguém de nós três (Solimãe, Seupai e eu) necessitávamos urgentemente procurar por Ele.E ela conseguiu que eu me arrepiasse todo (talvez tenha sido o contato mais próximo que tive com Ele).Felizmente, foram apenas alguns segundos de dúvida e o acaso tratou logo de se explicar quando ela continuou e afirmou que esse contato só seria válido se ocorresse em uma Igreja tal que ela recomendou e reafirmou...tem que ser na Igreja tal.Vou parar por aqui, não quero discutir minhas crenças...não agora.Além do mais, eu não tenho nada pra oferecer (leia dez por cento).E acredite se quiser!

Fragmentos - Parte 3

Estavam todos na praia quando resolveram perguntar ao incrível Geraldão(versão criança):
_Juninho, qual o melhor amigo do homem?
Ele responde sem hesitar:
_O garfo!
E eu desisto de fazer comentários.

Criação (Creation - 2009)

Um filme que celebra o bi-centenário do nascimento daquele que revolucionou tudo, ou como o próprio filme anuncia: a história da maior idéia individual do mundo do pensamento.Mas, infelizmente, um filme mal resolvido que resume a concepção de A origem das espécies à um mero dilema sobre a existência de Deus, na conflituosa relação de Darwin com sua esposa, e à culpa, sobretudo, que carrega pela morte de alguns filhos, principalmente Annie, que o atormenta em visões.
Uma fotografia impecável, uma recriação da época que surpreende;além de ótimas escolhas para o elenco.Mas outras coisas me chamaram a atenção; como em nossas vidas, Charles adoece por não conseguir prosseguir, apesar de já não acreditar em algo superior, ele perdeu a fé.Algo que ligamos exclusivamente à religião e ao negarmos esta, nos esquecemos daquela.Fé (do latim fides, fidelidade e do grego pistia) é a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém.Felizmente, ele consegue reviver sua fé, resolve seus conflitos e prova suas teorias.
Porém, não bastava ter a maior idéia, era preciso desenvolvê-la.E foi isso que salvou meu julgamento sobre o filme, que mostra claramente a árdua tarefa de defender um ideal ou uma idéia.E mais uma vez se confirma o velho clichê de que tudo na vida é muito mais transpirar do que inspiração.Enfim, seja lá como foi, o importante é que ele conseguiu, então, muito obrigado Charles Darwin!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fragmentos- Parte 2

E o pai de primeira viagem ao ver o filho nascendo diz:
_Nossa!É um Avatar!-referindo-se à tonalidade azul do bebê.
Talvez isso explique essa criança que quase não chora e sorri o tempo todo.E eu só fico imaginando a reação da mãe!

Um Nascimento

Eu me rendi à minha curiosidade e dei uma chance ao Tropa!Não vou tecer mais críticas ao primeiro filme, pois sou fã do cinema brasileiro e Tropa de elite 1 é um filme pra ser esquecido.O seu sucesso nas bilheterias representa, a meu ver, um fracasso generalizado.A criação de um Rambo brasileiro e a violência gratuita, mesmo que verdadeira, não me surpreenderam.Mas vamos ao que interessa...
Tropa de Elite 2 – Agora o inimigo é outro, o pior nome possível pra um filme que beira algo digno de ser Cinema brasileiro.E este foi o primeiro preconceito a ser vencido por mim; a continuação de uma saga que eu detestei e que o nome sugere mais um clichê: colocar a culpa no Sistema!Muito fácil ,muito leviano; não era pra mim!
Ainda assim lá estava eu me surpreendendo a cada cena de uma trama mais complexa, com grandes atuações e uma crítica excepcional à sociedade brasileira.Dez anos se passaram e Nascimento(ou Rambo) descobre que “o buraco é bem mais embaixo!”.Um filme recheado de bordões e frases de impacto, mas que constrói muito bem essa faceta da democracia brasileira.
O filme começa In medias res, numa cena emocionante e, então, vem a narrativa de Nascimento e suas aventuras...Voice over, primeiro incômodo.Esse recurso é muito bem utilizado, além de ser uma das características mais marcantes dos dois filmes, porém fazem  do filme um pouco simples demais, na minha humilde opinião.Além do mais, o filme foi feito pra brasileiros, ou para grandes entendedores da realidade tupiniquim, o que fazem deste recurso um tanto quanto desnecessário por entregar o filme de uma forma muito direta.A utilização excessiva das palavras “mídia” e “sistema”, alvos primários da crítica do filme, empobrecem a narrativa, pois temos tendência a simplificar tudo.Por fim, o que detona com a possibilidade de maior aceitação do filme: Tropa de Elite 1!Mas, verdade seja dita, Tropa 1 se faz necessário para o entendimento da personagem principal e principalmente para mostrar a evolução da trama.
Superado tudo o que foi apontado anteriormente, desabafo: Tropa 2 foi um grande filme.Infelizmente incompreendido por muitos, mas um grande filme.A construção de dois paralelos antagônicos e a união dos mesmos através da parte emocional da estória revela, aos poucos, o alvo principal da crítica que a película nos trás.Tropa 1 transforma a classe média da nossa sociedade na grande vilã.Tropa 2 mostra que os culpados são ele, você e eu.A culpa é nossa.E mais, o filme escancara quando temos consciência disso.No início do filme, Nascimento diz: “Pode até parecer clichê de filme americano, mas é na hora da morte que a gente entende a vida” e é na hora que o problema torna-se pessoal que resolvemos encará-lo.
O agora tenente-coronel só mergulha na sua história e procura uma solução ao grandioso problema que o atormenta quando vê seu filho diretamente atingido por tudo aquilo que sempre combateu.E acredito ser esta a grande questão; o fato de ficarmos atados como meros expectadores do nosso futuro, o fato de só nos movermos quando nos convém.É preciso ter consciência de que a sua contribuição com o processo democrático vai muito além do seu voto.A mídia demonizada e o sistema sempre culpado são constituídos por nós; não podemos excluir a nossa participação.
Ao final do filme uma música do Legião Urbana me veio à cabeça e apesar de ainda não ter entendido muito bem o porquê, transcrevo-a aqui: “O sistema é mal, mas minha turma é legal//viver é foda, morrer é difícil//te ver é uma necessidade//vamos fazer um filme”.E o filme foi feito, um culpado foi encontrado.E agora?Vamos continuar sentados e esperar?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Fragmentos

Seupai diz pra Solimãe:
_Beeeeeem!Vâmbora que o tempo urge!
E eu questiono(sacaneando, lógico!):
_O tempo ruge, pai!
Seupai responde com aquela cara de desprezo:
_Vai ser bobo, menino!Cê faz faculdade e não sabe que é urge, que nem o leão!
E ainda em um passo coordenado faz:
_Uooooooooooooow!
Que nem um leão!

Coisas estranhas - Parte 2

Ou o estranho seria eu?Finalmente, começo a desconfiar da minha sanidade mental.Após alguns testes e a constante confirmação de alguns familiares que não são nada "ortodoxos",penso que talvez me falte um parafuso ou alguns parafusos.Já era tarde da noite e eu estava ali no pior lugar pra se estar sem companhia.
O palco das minhas férias frustradas sempre foi a fazenda de meu pai, principalmente quando ia sozinho, como desta vez.Resolvi ir até o projeto de varanda e olhar o céu, talvez a coisa mais bonita que se possa ver de lá...Era o céu mais estrelado que já  vi nestes vinte e dois anos de existência!Bastava fechar um pouco os olhos e tudo parecia um borrão de luz.
Sebastião(o cão), infiel escudeiro, contrariava minha mãe e dormia bem em frente à porta; Taturana, a gatinha que pensa ser cachorro e nos segue e/ou morde quando fazemos carinho, brincava com um inseto esquisito.E eu...Eu só pensava em uma coisa: ser abduzido por alienígenas!Até estendi meus braços na vã tentativa de facilitar minha captura.Não sei se queria poder ver o céu lá de cima ou se já me cansei deste mundo.Mas, não se preocupem, cinco minutos depois já estava rindo de mim mesmo e resolvi entrar...
E esta é mais uma história estranha que eu conto e confirmo a veracidade, ainda preocupado com estes malditos cromossomos!Estaria eu ficando "zuretinha", como diz Seupai?Vai saber...

...a minha vida não é um twitter,

muito menos um livro aberto, mas lembro que isto também não quer dizer que seja um livro fechado; tampouco esquecido na prateleira. Vidas, simplesmente são...
Voltando ao que realmente importa: ou as pessoas perderam a capacidade de “ler” o outro, ou eu aprendi a disfarçar muito bem aquilo que sinto (o que duvido muito!).Testa franzida, mau humor e isolamento nem sempre significam uma patologia grave ou um mero charme.No mundo em que eu vivo, que meu irmão intitula: “O fantástico mundo de João Paulo”, as pessoas mudam de humor e ninguém é obrigado a ser feliz e simpático o tempo todo.E digo mais: as pessoas não são em nenhum momento obrigadas a postar no twitter ou a andar com um adesivo colado na testa contando sobre seu estado de espírito.Talvez o que nos falte seja um pouco de bom senso.Pertencemos a uma geração rápida demais; alguns acreditam que em cento e quarenta caracteres é possível se tornar um célebre questionador e/ou conhecedor do mundo e das pessoas.Não se trata de uma crítica banal às novas formas de se relacionar ou de se manifestar, mas de uma crítica à maneira que as utilizamos.A tecnologia nos deu voz,porém desaprendemos a ouvir (e os versos: “papo de surdo e mudo...” fazem sentido?).
Vale lembrar que só nos conhecemos a partir do outro,das nossas interações com o outro.E só é possível conhecer o outro quando já nos conhecemos um pouco.E, apesar de já parecer complicado, este é apenas o início.O conhecimento não é algo concatenado, conhece-se fragmentos perdidos em tempo e espaço.Conhecimento exige dedicação.Resta-nos decidir se o esforço é válido ou não.E neste sentido eu concordo com Pessoa: “Tudo vale a pena//se a alma não é pequena”.
Ler é em todos os sentidos um ótimo exercício. E mesmo que se interesse por tablóides de quinta, aprenda a não resumir os fatos à pequena manchete escrita em letras garrafais na sua capa.Por detrás daquela separação existem motivos muito maiores que uma traição ou seja lá o que for; e se isto realmente te completa...vai fundo!Só não seja leviano ou precipitado demais ao se expressar. Caso não queira mergulhar nessas histórias tão banais, escolha outros temas, outras pessoas!
A sua vida se transformará se aprenderes a usar seus sentidos de maneira mais profunda. Não será preciso  meditar, se privar ou ler o último livro de auto-ajuda lançado.Basta ouvir quando é preciso ouvir; ler enquanto se lê e viver enquanto houver vida!E pra v-i-v-e-r, intensamente, com todas as letras...há de ser Über!E como diz Leda: pra ser Über, há de ser Sem Censura!