segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Planeta

E da boca saiu um cumprimento sofrido, com aquela voz trêmula e a respiração ofegante. Aos poucos, mais relaxados, conseguiram desenvolver um diálogo meio seco. Sabiam que assim que suas bocas se encontrassem seus mundos corriam o risco de acabar.
Pediu um pouco de água. Já sem lugar resolveu amenizar o clima; retirou de sua bolsa um chocolate e o ofereceu. Adoçaram o mundo antes de explodi-lo.
Dois pensamentos que se cruzam e se lapidam, duas forças que se chocam, mas não se machucam.
Horas, minutos e segundos. A eternidade vivida em alguns momentos. A árdua e deliciosa arte de aproveitar o silêncio.
Saem do transe e pelo ralo também escorre todo o pudor que já existira. Continuam suas rotas, aguardando a próxima colisão.
Um trago, um gole e um adeus.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Fragmentos - Parte 11

Passando ao lado de uma mãe com sua filha de aproximadamente seis anos, ouvi o seguinte diálogo:

_ Mamãe, vai me levar pra tomar gotinha hoje?
_Não, filha!-Disse ela ensaiando uma risada.
_Nós vamos ao Banco do Brasil.
E a filha pergunta:
_Mãe, a gente vai sentar num banco com a bandeira do Brasil?

E isso alegrou o meu dia.