domingo, 7 de março de 2010

Cale-se

“Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’(...)"

Até quando continuaremos escravizados por nossa paixões?Até onde nos prenderemos a estes sentimentos avassaladores e nos deixaremos levar?Em qual momento de nosso profundo egoísmo iremos silenciar estas vozes e prestar a atenção no que realmente nos guia?O momento pra se modificar é agora.Evoluir, melhorar ou converte-se.É chegado o tempo de produzir antes que seja tarde demais e sejamos cortados pra todo o sempre.

sábado, 6 de março de 2010

Autumn

Foi o vento frio do inverno
que levou as mágoas pra fora
só agora posso ir embora
sentir aquilo que é eterno

É a primavera que vem
trazendo esperança
eterna mudança
daquilo que não se mantém

São devaneios de verão
que queimam expectativas
e modificam os caminhos que virão

João Paulo Lemos Cardoso

Escrito na cidade muito, muito distante(23/09/2008).

sexta-feira, 5 de março de 2010

Declarações explícitas...

É difícil escancarar todos os seus sentimentos, principalmente quando se acredita que são mais bonitos se subentendidos.Mas é difícil não querer ratificar aquilo que já é público.Eu gosto dela e por mais que isso pareça normal, não é.A gente gosta e para de gostar de várias coisas mas quando falamos de sentimentos é diferente.Já gostei, já não concordei com algumas coisas, mas nunca experimentamos a indiferença e talvez esteja aí a razão pela qual funcionamos.É preciso voltar no tempo pra que tudo fique claro.
Eu já a conhecia de nome, menina inteligente ao extremo e sempre cercada de pessoas legais.Por mais que tente não consigo visualizar sua face naquele tempo.Mas acredito que desde esta época em que tudo era tão intenso eu podia visualizar um alguém especial no futuro.Foi então que nos esbarramos e eu percebi uma menina extremamente correta e que de alguma forma me intrigava.
Foi em uma tarde de verão, após aquelas várias cartas de pessoas manifestando sua grande dor de cotovelo que percebi o que me intrigava.Como pode uma pessoa carregar em si tanta luz e ser tão real?Sua luz incomodou e incomoda a muitos.Mas a mim surpreendeu.Me motivou...
Os laços de amizade se estreitaram até um ponto fora do comum.Passávamos mais tempo juntos do que com nossas próprias famílias.E com o passar do tempo fui conhecendo cada pedacinho dessa pessoa que me orgulha muito ter por perto.Ela tem o sorriso do sol nascente e a força de uma tempestade.'Uma mente maravilhosa, compreensiva e gentil'.
Quando todos se revoltaram, estávamos lá; mais juntos do que nunca, dividindo angústias, anceios, risadas e planos.Arquitetando vinganças malígnas, viagens magníficas e a tão sonhada liberdade.Éramos adolescentes rebeldes, que viam no estudo a fuga de uma realidade que até então não nos preenchia.
Conquistamos aquela liberdade sonhada, fomos pra uma terra muito, muito distante.As coisas já começaram à todo vapor.Le parkour, invasão de domicílio...Quantas histórias!Mas não foi assim o tempo todo.Até hoje não sei o motivo, mas nos separamos voluntariamente.Passamos por períodos nebulosos e não estávamos juntos.Cada um encontrou uma maneira diferente de se virar e fazer as coisas acontecerem.Tomamos direções diferentes e por mais triste que pareça, foi natural.Hibernamos todos esses sentimentos, mas foi um período interessante pois percebi mais uma vez aquilo que é essencial: como é bom poder contar com pessoas como ela.
Mais uma vez estávamos juntos, e como era bom poder ajudá-la.O simples fato de tê-la por perto já era muito importante.Lembro-me que perto do meu aniversário me senti sozinho.Liguei pra ela, já era tarde e mesmo assim nos encontramos.Por mais simples que tenha sido, foi muito importante.Perto do aniversário dela, comprei uma rosa já murcha e fui todo contente lhe desejar os mais sinceros votos de vida longa...Aquilo significou tanto pra mim, pois em cada pétala havia um muito obrigado.Obrigado por sempre estar perto, pela confiança, pelo carinho.
Mas o destino é implacável e numa tacada certeira nos separamos geograficamente.Eu já não posso falar com ela a todo instante e nem posso ter o conforto de saber que mais cedo ou mais tarde vou vê-la em algum lugar.Nos vemos duas temporadas por ano e mesmo que tão pouco é essencial.Reforçar os laços, compartilhar idéias e ideais.Eu gosto dela porque posso contar com ela.
Já desacreditei, já acreditei que era o fim.Mas hoje...Hoje posso lê-la de forma mais clara.Hoje sei que ela me influencia e que é muito bom ter referências tão admiráveis.Sei que temos muito tempo pela frente...Sei que em ti posso confiar e depositar minha admiração e respeito.



Obrigado, Su!





Foto tirada dentro da sala do Grêmio estudantil do CEFET-MG, UnED Araxá.Estudando pra prova de EP.

Tudo novo, de novo!

Confesso que mesmo depois dos conturbados dias ao final de cada período da faculdade ainda reluto em voltar pra casa.Parece contraditório ou idiota, mas ao pensar bem sobre isso cheguei à conclusão que é por medo.Um dia todos voltamos aos nossos lares e essa volta pode significar que nada daquilo que se passou foi o que planejamos ou sonhamos...Isso explica o medo, medo de estar desviando do propósito maior, medo de estar desperdiçando o tão cobiçado tempo que escoa por entre os dedos.Mas que besteira!Este encontro com o passado, com aquilo que fomos, com o que desejamos ou desejávamos ser é tão importante pra reacender a chama da esperança dentro de nós, reviver aqueles sonhos de adolescentes que querem mudar o mundo e estreitar ainda mais os laços de amor por aqueles com quem sempre podemos contar...Há quatro semanas atrás ainda não tinha ido pra casa, há quatro semanas atrás eu não poderia dizer o significado de uma amizade ou de um abraço apertado.Foi uma pausa no momento exato; em meio a confusão instaurada dos finais de temporada é difícil dar a devida importância a todos que a merecem.Nesse pequeno tempo eu aprendi que estar perto daqueles que amamos torna tudo mais fácil ou menos difícil.Enxergar todos os nossos pequenos problemas de uma perspectiva diferente nos faz perceber que nos importamos demais com coisas efêmeras e que o valor da vida está nas pequenas coisas do dia-a-dia, nos sabores não experimentados e no redescobrir dos velhos.Talvez nada tenha mudado nestas quatro semanas, mas o que importa é que sei que daqui pro futuro muita coisa pode se modificar a partir do olhar que lançar.É o recomeço de um novo começo que já foi iniciado.É a promessa!