terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Voltar

Há quem diga que voltar é regredir ou que voltar é dar voz ao passado.
Voltar é mais; é dar segundas chances; é arrepender-se; é reconhecer o que é bom e buscá-lo novamente.
Como é bom ter  um lugar pra voltar, ter alguém para quem voltar.
Quando as vozes que aqui habitam fazem barulho demais é preciso voltar.
Voltar para mim mesmo e tentar entender o que querem.
Listas, planilhas, urgências, a vida e o tempo comendo meus calcanhares.
É tempo de voltar.

domingo, 15 de março de 2015

Cedo

Um mês.
Não é tanto tempo, mas seria o suficiente pra se livrar de uma gripe.
Cicatrizar um pequeno machucado.
Mas não tem sido.
Dói lembrar. Dói a saudade. Dói o vazio.
Dói seguir em frente. Já que seguir em frente não é uma opção, mas o único caminho a seguir.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Hoje cedo

Acordei as 6:30. Simples assim. Acordei sem sono. Acordei ou saí de um pesadelo? De fato, acordei pra me deparar com o pesadelo real de estar acordado. Tentando uma distração daqui, uma pequena caminhada até lá fora e recomeça. O sofrimento aqui dentro. Tomo água numa vã tentativa de purificação. Música, literatura, cinema, qual arte irá me salvar? Ah!Essa falta de ar. Essa saudade de tudo aquilo que não vivi. Essa necessidade de me afastar de tudo aquilo que um dia me fez bem e hoje dói tanto. Amizades que machucam. Amores que... Pensamentos, melhor aquietá-los. Voltarei a dormir.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Eu, Lemos

Preciso marcar minha volta.
Depois de um longo tempo  tentando refletir sobre o porquê de vir aqui e não tendo encontrado explicação em mim, percebi que já haviam explicado isso. Quatro meses, nada de extraordinário ocorreu. Não houve um lampejo ou uma necessidade voraz de aqui estar. Mas como Cora mostrou em sua vida, poesia, sempre retornamos às nossas raízes. E aqui estou, mais cambaleante do que nunca, porém disposto a me encarar mais uma vez.

Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ciclo

Se tudo tem um começo, exijo que tudo tenha um fim.
E eu quero que tudo isso termine agora.
Não apenas pra me livrar de toda a carga que se arrasta.
Mas de olho no começo do recomeço do começo do recomeço.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Eu esqueci você!



E desde que eu te esqueci
Tá tão bom sem você
Você ir fez tão bem por aqui
Desde que eu te esqueci
Eu tô tão outro alguém
Que eu nem sei porque é que você não vem
Só pra você saber
Eu esqueci você
E foi tão fácil te esquecer mesmo porque isso já tava no meu plano

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Riscar-te

Daí a pessoa começa a namorar.
E quer substituir a família, os amigos e todas as outras relações possíveis por aquele(a) a quem diz amar.
A pessoa começa a namorar e se deixa levar por todos os devaneios do outro. Deixa de existir pra viver um nós. Um nós de dois. Nós.
A pessoa segue em frente apostando na relação que já começou errada e se complica cada vez mais, iludidos pela existência do amor de novela, sucumbidos em suas próprias inseguranças. Aterrorizados pelo medo de ficar sozinho. Impossibilitados de notar que merecem algo melhor.
A pessoa muda, se afasta de todos, mas não percebe que está sozinha numa relação de dois comuns. Preenchida por sorrisos de passagem, com colegas que não estarão ali pra sempre.
E nós que estamos aqui pra sempre? Ou ficamos como urubus esperando a queda ou te riscamos.
Mesmo que temporariamente.