terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um passado presente

Por muito tempo eu tentei esquecer.Tentei, sem sucesso, apagar toda e qualquer lembrança que me remetesse a você e a tudo que vivemos (seria bem mais simples se fosse só atear fogo nas cartas como fazíamos!).Não fomos casados, namorados, irmãos no crime, mas compartilhamos momentos importantes em demasia;  nossa adolescência, nossas crises, nossos porres, momentos que tempo algum conseguirá apagar.
Nestes dois anos e meio sem sequer te ver, muita coisa aconteceu; tive no máximo algumas notícias de você que me deixaram feliz só em saber que tudo aquilo que um dia sonhamos começou a tomar forma.Se antes  ainda não nos conhecíamos, hoje seria quase impossível nos reconhecer (Sem exageros!É  certo que mudamos muito, mas no fundo continuamos os mesmos!).Algo que sempre me entristeceu foi saber que poderíamos ter compartilhado  vários outros momentos importantes e que isso não aconteceu.E não aconteceu...simplesmente.A procura por um culpado não te incluirá em todos aqueles momentos que eu te queria por perto, mesmo que distante, só pra poder dizer que "nesse mundo tem alguém que diz"...
Chega a ser uma drama- cômico.Mas a graça vem do fato de até hoje não entender e as chances de assim ficar são gigantescas.Hoje, após quatro anos que não moro mais em minha cidade natal vou enfrentar  essa ferida  que ainda não cicatrizou(corta o drama!).É uma tentativa quase tola de exorcizar esse passado, tornar limpo pra poder seguir em frente(não que isso tenha me atormentado todo esse tempo!).Mas, sim.Volta e meia me pego perdido em pensamentos sobre nós.
Semana passada combinei de sair com alguns amigos, que também são amigos dela.No telefone, ele me disse:

__Posso chamar a *?Hum!Me esqueci que vocês são brigados.Mas vou chamá-la mesmo assim...Vamos ver se comigo e com a # ela ainda não vai querer te ver.

E tudo isso sem eu dizer uma sequer palavra.No mesmo instante em que ele disse *; uma tristeza me tomou por inteiro de uma maneira ainda não experimentada.Ao mesmo tempo, fiquei esperançoso, animado até demais só com a possibilidade de ela ir.Fã declarado de grandes catarses já nos imaginei abraçados, chorando e prometendo amor eterno...É lógico que ela não foi e apesar de me sentir preparado pra isso não consegui disfarçar minha frustração.No fim da noite, falamos um pouco sobre isso e pedi que alguém fizesse o favor de dizer a ela que um dia gostaria de revê-la...
Já me aconselharam a esquecer, não consegui.Disseram-me que se isso aconteceu foi por força do destino, mas me recuso a acreditar.Ouvi desde coisas idiotas como: “...ela não merece sua amizade!” ao quase unânime “..não entendo!”.Em uma coisa éramos parecidos...orgulhosos ao extremo.Brigávamos muito, discutíamos, nos magoávamos, porém mesmo nesse complementar amor e ódio nunca havíamos experimentado a indiferença.
Esses anos talvez tenham me feito bem.Por isso, estou aqui escrevendo.Não será por um orgulho besta que vou esconder o que sinto e muito menos de dizer tudo que ficou aqui entalado.Sabe aquelas amizades de filmes, então...não era como essas.Era maior; transcendia em diversas formas e se alguém nesse mundo já chegou bem perto de me completar...foi ela.O amor acontece de diversas formas e mais...lembre-se que é imensurável.
O que o futuro nos reserva vai além das consequências dos nossos atos, das consequências dos atos de nossos antepassados e deste fator randômico que alguns chamam de sorte, outros destino ou Deus.E depois de tudo isso ainda vem um breve resumo, a minha versão condensada daquilo que não ficou claro; a tentativa de tentar entender...

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