sábado, 15 de junho de 2013

Sobre as montanhas que transponho

Sempre encarei períodos de mudança com uma maior introspectividade. Esse voltar a si, dirigir-se ao centro, sempre se mostrou necessário para entender o que se passava. Sempre se mostrou necessário por ajudar a reunir forças para encarar o fim de uma fase e explodir diante de uma nova. Renascimento.
Mas existe algo me atrapalhando, existe um grito preso, aquele nó na garganta. Minha introspectividade dialoga muito com minha apatia. E essa apatia me consome de uma maneira extremamente degradante.
E isso só passa naqueles lampejos de iluminação em que percebo que  não há lugar algum pra ir. E que a vida, a vida é estar presente em cada momento que se vive. É estar morrendo e participar da sua morte. É renascer em três segundos, sentindo a dor de  cada osso outrora quebrado colando-se como mágica. É ver brotar asas em si mesmo e se atirar rumo ao nada, sem nem mesmo saber voar; confiando apenas nesse instinto, nessa esperança.
Os lampejos passam, mas a iluminação continua. Manter essa chama acesa é meu maior desafio. Combustível, eu preciso de combustível.

Um comentário:

  1. "Mas existe algo me atrapalhando, existe um grito preso, aquele nó na garganta. Minha introspectividade dialoga muito com minha apatia. E essa apatia me consome de uma maneira extremamente degradante." Por que sinto que também estou na mesma situação? É como estar presa em uma roupa que não te serve mais, vejo isso, mas não consigo me libertar dessa roupa...

    ResponderExcluir