sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Greve

Um dos momentos que mais marcaram minha infância na escola foi quando minha professora do "Jardim 3", termo utilizado há vinte anos atrás, em um depoimento emocionado nos explicou o motivo pelo qual ficaríamos sem aulas por um determinado período. Dentre as muitas explicações que ela deu, lembro-me da pergunta:


_ Vocês querem ver a Tia Gilda aqui velhinha, escorada em uma bengala e dando aulas?

Hoje entendo que uma das reivindicações da greve, dentre outros, era por melhorias no plano de aposentadoria dos professores.E desde o desabado da Tia Gilda seguiram-se vários outros. Em 2001, quando já no ensino fundamental, mais uma greve. Recordo-me da tristeza dos professores voltando pras salas de aula sem nenhuma   solicitação atendida e ainda tendo que ouvir comentários como: "Tanto tempo de greve em vão...".

Lutar por nossos direitos nunca será em vão. O fato é que a educação no Brasil nunca foi levada à sério e considero, sim, lícita toda manifestação e luta fundamentada pelos heróis professores que encaram salas abarrotadas, alunos problemáticos e míseros salários. Em contrapartida, não posso deixar de elogiar o desenvolvimento recente e "esquisito" do ensino superior.

Enfim, o problema é maior do que se pode imaginar. Precisamos de uma revolução no pensamento, mas pra isso é necessário começar a educar. Educar com qualidade e comprometimento. Formar pensadores, opiniões... É preciso ensinar o coração, educar o cérebro e dar asas à imaginação!

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